10 de fev. de 2012

O sigilo eterno que encobre crimes de Estado e algema a presidente

Se Dilma sucumbir às chantagens estará oferecendo os próprios pulsos aos que têm culpa no cartório e são capazes de tudo
 
Sarney age como um psicótico que tem culpa no cartório e chantageia
 a presidente,  usando pretextos pueris. Collor é o bobalhão que faz seu jogo.
"Não me lembro se colocamos no Isordil, no Adelpan ou no Nifodin. Conseguimos colocar um comprimido nos remédios importados da França. Ele não poderia ser examinado por 48 horas, senão aquela substância poderia ser detectada."

Mário Neira Barreiro, um dos assassinos confessos de Jango, em entrevista gravada por João Vicente Goulart.

Anote e confira um dia, se a sociedade puser a boca no trombone e reverter essa abominável articulação obscurantista para preservar o sigilo eterno de documentos oficiais: seu principal objetivo é encobrir os assassinatos de Estado, como os de  Juscelino Kubitschek, João Goulart, Carlos Lacerda e Tancredo Neves, bem como as verdadeiras circunstâncias da morte de Getúlio Vargas.

É isso mesmo: estou falando de assassinatos perpetrados com os conhecidos requintes que foram mais salientes no regime do apartheid, na África do Sul, e no Portugal salazarista, no tempo da PIDE – Polícia Internacional de Defesa do Estado.

Se esse cavalo de pau vingar, quando o projeto de lei que insere no Brasil nos hábitos das nações civilizadas já está pronto para ser votado 8 anos depois de apresentado, falar em Comissão da Verdade para inventariar os abusos na ditadura será uma impertinente piada de mau gosto.

A sociedade brasileira terá perdido uma grande oportunidade de conhecer tramas do arco da velha, guardadas a sete chaves por exporem as vísceras dos podres poderes ao longo de anos e séculos.

Apenas para esclarecer: o projeto que põe fim ao sigilo eterno foi encaminhado em 2003 ao Congresso pelo ex-presidente Lula. Na Câmara, foi detectada uma falha que, no fundo, preservaria os segredos para sempre, na medida em que permitia a prorrogação indefinida do sigilo dos documentos considerados ultra-secretos. Com a emenda aprovada, o maior prazo é de 50 anos, o que já não é pouco. Ler Mais>>>

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