O número de ataques de vírus aos computadores conectados à internet deu um salto no primeiro semestre deste ano. Levantamento do Centro de Estudos, Respostas e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil (Cert.br) mostra que o número de notificações de problemas desse tipo passou de 61,1 mil nos seis primeiros meses de 2010 para 217,8 mil nos mesmo período deste ano, um crescimento de 256%.
Segundo a Cert.br – organização ligada ao Comitê Gestor da Internet no Brasil, órgão que coordena todas as iniciativas de serviços da web no País – esse crescimento se deve principalmente porque o usuário de internet tem acessado mais sites desconhecidos e que carregam algum tipo de vírus.
No primeiro semestre deste ano foram 89,1 mil notificações recebidas pela Cert.br na categoria “Outros”, que reúne casos em que o ataque ocorreu por conta da navegação em páginas não confiáveis, e não por recebimento de e-mail com o chamado malware.
De acordo com o Cert.br, o aumento dos ataques ocorre em uma proporção maior que o crescimento da internet no País. Os dados do Ibope Nielsen Online mostram que de maio de 2010 para maio deste ano, o número de pessoas com acesso à web se ampliou em 24,80% – de 46,9 milhões para 58,6 milhões. “Com mais pessoas com acesso à internet também há mais usuários vulneráveis”, afirma Fabio Assolini, analista de vírus da Kaspersky, empresa que desenvolve soluções de segurança para computadores.
Os especialistas acreditam que a tendência é que esses números continuem a crescer nos próximos meses, já que o usuário também deve passar a relatar mais seus problemas com os tais códigos maliciosos. “Os dados apresentados ainda são muito pequenos perto do que deve ocorrer realmente nesse meio. Esses números são apenas os ataques relatados”, diz Mariano Sumrell, diretor de marketing da AVG Brasil, empresa especializada em desenvolvimento de antivírus e aplicativos de segurança.
Mobilidade
O professor de redes e telefonia IP da Fiap, Almir Meira Alves, explica que a vulnerabilidade também aumentou com o avanço da mobilidade da internet. “No meio tradicional de acesso a internet (desktops), o internauta costuma ser mais cuidadoso. Mas com o avanço dos tablets e smartphones, ele não tem essa preocupação e acaba se tornando mais vulnerável a ataques”, afirma.
Outra fonte de disseminação de códigos maliciosos são as redes sociais como Facebook, Orkut e Twitter, já que grande parte dos usuários da web participa de alguma delas. Os fabricantes de antivírus já identificaram um código malicioso de origem brasileira no Facebook.
Para o usuário, o importante é ser cuidadoso ao acessar a internet. O profissional de marketing Celso Freitas, de 39 anos, criou uma lista de e-mails confiáveis para tentar manter seu computador a salvo de códigos maliciosos que possam vir em links e arquivos.
“Sempre mantenho o antivírus e o sistema operacional atualizado. Também procuro não entrar em sites desconhecidos. Ter responsabilidade é importante para também não infectar os amigos que confiam nos seus e-mails”, explica o internauta.
Com o JT /
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