29 de fev. de 2012

QUEM QUER ENTRAR NA LIXEIRA?


Por acaso soube que a OEA existia, ao ler hoje um telex da Internet com o artigo de Georgina Saldierna, publicado em La Jornada, titulado “Descarta Insulza que Cuba possa ser logo aceite de novo na OEA”. Ninguém se lembrava dela. Veja o carácter antediluviano do argumento.

“O secretário-geral da Organização de Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, descartou ontem que Cuba possa se reincorporar de imediato ao organismo multilateral, entre outras razões porque não há consenso sobre o tema entre seus membros.”

“Por seu lado, Insulza considerou que um requisito que teria que cumprir Cuba para sua plena reincorporação à OEA é atender as normas da organização, entre as quais se inclui a Carta Democrática Inter-americana e a Convenção de Direitos Humanos.”
Se não for suficiente para se divertir, veja o artigo de Antonio Caño, de El País, de 21 de Fevereiro de 2008, “O isolamento da ilha apenas serve para perpetuar a agonia do regime”.

“Uma das vozes mais autorizadas do exílio cubano, o empresário Carlos Saladrigas, confia em que a demissão de Fidel Castro pode ser ‘a porta que abre definitivamente à mudança’ e pede à comunidade cubana de Miami e ao Governo dos Estados Unidos que actuem com ‘prudência’ e com ‘vontade conciliadora’, com o fim de não desaproveitar esta oportunidade.

“Saladrigas, que preside uma pequena organização chamada Grupo de Estudos Cubanos, integrada num colectivo de outras associações políticas e de direitos humanos conhecido como Consenso Cubano, tem gasto nos últimos anos milhões da sua fortuna particular para pôr em marcha um embrião de alternativa moderada e centrista aos velhos dirigentes radicais que dominavam a comunidade cubana nos Estados Unidos. No páramo de liderança em que ficou Miami após a morte de Jorge Mas Canosa, Saladrigas é uma voz respeitada entre os círculos intelectuais, e escutada pela mídia e pelos diplomatas estrangeiros.

“Numa conversação telefônica desde a República Dominicana, Saladrigas declarou: ‘continuar isolando Cuba só serve para perpetuar a agonia do regime.’
“‘Este é um momento de grande esperança, tanto para os cubanos do exílio quanto para os dissidentes no interior.
“‘O exílio deve ajudar estimulando os passos que se vão dando em Cuba, não rejeitando-os.

As transições são feitas passo a passo.
“‘É preciso conseguir que o regime perca o medo ao exílio; quanto menos medo tiver, mais rápido irá tudo.’ A mudança, na sua opinião, não se pode deter.”
“Na Flórida vive um milhão de cubanos com recursos suficientes como para revitalizar a maquinaria econômica da ilha em muito pouco tempo se forem dadas as condições adequadas, que devem ser criadas tanto pelos Estados Unidos como por Cuba. O primeiro, levantando as restrições aos cidadãos norte-americanos para investir na ilha, e o segundo, legalizando a propriedade privada e a actividade econômica estrangeira.
“Uma vez que se dêem essas condições, na opinião de Saladrigas, as reformas políticas serão automáticas. A medida mais urgente seria a libertação dos presos políticos. Cumprido isso, e aberta a porta ao investimento, o exílio poderia se tornar no maior fundo de ajuda que nenhuma transição política tem conhecido na história, afirma.”
Carlos Saladrigas soa-me no ouvido como nome e sobrenome que escutei muitas vezes quando, como estudante de 18 anos, concluía os meus estudos no quinto e último curso de Bacharelato. Era o candidato escolhido por Batista ao concluir o último ano do seu mandato constitucional. Antes tinha sido seu Primeiro-ministro. Estava finalizando a segunda guerra mundial.

Que barato quer nos comprar o novo Carlos Saladrigas! Com o dinheiro de Miami, “o maior fundo de ajuda que nenhuma transição tem conhecido na história”, algo que os Estados Unidos não têm podido conseguir com todo o dinheiro do mundo.
A realidade é outra e ela não se oculta aos que observam com realismo os acontecimentos que ocorrem em Cuba.

Um artigo de David Brooks, publicado há menos de 12 horas no jornal La Jornada, de México, sob o título “Estados Unidos relegado a simples espectador da transição política em Cuba”, utiliza argumentos dignos de serem sublinhados.
“Nova Iorque, 20 de Fevereiro. Não cessa de espantar como um dos países mais pequenos do mundo obriga a que os líderes políticos, empresariais, mediáticos e acadêmicos do país mais poderoso do mundo tenham que responder perante suas decisões de fazer ou não, mudar ou não, ou simplesmente deixar tudo no mistério.
“Durante as últimas 24 horas o presidente George W.  Bush, os altos funcionários do seu Departamento de Estado, seu Conselho de Segurança Nacional, legisladores federais, os pré-candidatos presidenciais e outras figuras políticas de primeiro nível, analistas políticos e os principais centros de política exterior, todos os principais meios impressos e eletrônicos, agrupamentos de direitos humanos, e mais, têm respondido à decisão de Fidel Castro de não se postular por outro período.

“Enquanto se procede com uma transição política em Cuba, ninguém aqui espera alguma mudança durante os poucos meses que restam da presidência de George W. Bush, o décimo presidente estadunidense que prometeu impor mudanças na ilha, apenas para acabar seu período com Fidel Castro ainda definindo a política do seu próprio país e desafiando o super poder.

“E mais uma vez, Washington e todos os peritos foram reduzidos a simples espectadores e tiveram que reconhecer que a transição é a determinada por Cuba, e não o resultado da política que Washington tem promovido durante meio século.”
“Julia Sweig, perito na relação bilateral e diretora do programa de América Latina para o Council on Foreign Relations, sublinhou… que se deveria ter levantado o embargo e outras restrições que apenas têm limitado a política exterior estadunidense justo neste tipo de conjuntura.

“O ex coronel Lawrence Wilkerson –mão direita do general Colin Powell e agora co-presidente da Iniciativa de política EU-Cuba da New America Foundation–, considerou mais uma vez que esta conjuntura oferece uma oportunidade para mudar a postura estadunidense, embora admitiu que ‘nossa política para com Cuba é um fracasso’ e não haverá nenhuma mudança sob esta presidência.

Os pré-candidatos e outros deveriam iniciar uma avaliação desta política, incluindo coisas óbvias como levantar a proibição de viagens e alguns aspectos do embargo, para que o próximo ocupante da Casa Branca possa implementar algumas mudanças.

“O New York Times faz eco destas perspectivas no seu editorial de hoje, indicando que o governo de Bush fez tudo quanto possível ‘para assegurar que não tem a oportunidade de influir nos eventos’ em Cuba.

‘No intuito de apertar o fracassado embargo, tem tornado muito mais difícil para acadêmicos, artistas e gente religiosa viajarem a Cuba e difundirem a boa palavra sobre a democracia.’ O Times propõe deixar de lado os interesses de Miami, mesmo se for particularmente difícil num ano eleitoral para abrir comunicação direta com Cuba e ‘os sucessores do senhor Castro’.

“Com o anúncio de Castro desde Havana, a dinâmica política dentro dos Estados Unidos também pode mudar. Os três principais pré-candidatos se pronunciaram ontem a respeito do assunto, com o republicano John McCain e a democrata Hillary Clinton repetindo a retórica de sempre de que Cuba tem que demonstrar mudanças antes que Washington considere uma mudança de sua política.

“O democrata Barack Obama ―que em 2003 como candidato ao Senado advogou pelo levantamento do embargo― tem condicionado sua posição agora, mas é o único que tem favorecido afrouxar as restrições a viagens e o envio de fundos à ilha, e ontem disse que se houverem amostras de uma mudança rumo à democratização na ilha, ‘os Estados Unidos deve estar preparado para dar passos rumo à normalização das relações e suavizar o embargo’.”

“‘Tivemos uma má política durante 50 anos, por razões que não têm nada a ver com Cuba’, declarou o representante federal Charles Rangel, presidente de um dos comitês mais influentes do Congresso, informou o Wall Street Journal. Vários legisladores mais percebem este momento como uma abertura possível para promover mudanças na política bilateral.

“O setor empresarial, que há anos tem manifestado sua oposição ao embargo, também poderia ver esta como uma oportunidade para envidar esforços para mudar a política estadunidense, com o apoio bipartidário de legisladores e governadores que vêem o mercado cubano como algo mais atraente que manter uma posição ideológica alinhada comum presidente e seu governo cada vez mais desprestigiado em Washington.
“Ao que parece, a transição em Cuba poderia provocar uma transição dentro dos Estados Unidos. Mas talvez Washington e Miami são mais renuentes à mudança do que Havana.”

Como podem constatar os leitores, trabalhei pouco enquanto espero a decisão transcendente do dia 24.
Agora sim estarei vários dias sem usar a caneta.

Fidel Castro Ruz
22 de Fevereiro 2008
17h:56

27 de fev. de 2012

A CORRUPÇAÕ VENCEU!

A senadora paraense Marinor Brito, que deixará o Senado para dar lugar ao ficha-suja Jader Barbalho (Foto:Moreira Mariz/Agência Senado) 
Revoltada com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de anular a validade da Lei da Ficha Limpa para as eleições de 2010, a senadora Marinor Brito (PSol-PA) voltou a usar a tribuna para protestar. A parlamentar – que deve deixar o mandato para que Jader Barbalho (PMDB-PA), candidato mais votado, mas considerado ficha suja, assuma – mostrou uma manchete de jornal estampando a expressão “Sujou” para frisar sua indignação. “O Judiciário não pode mais uma vez virar as costas para uma iniciativa de interesse popular, para uma decisão unânime que o Congresso aprovou de varrer da vida pública do país políticos corruptos, como é o caso do senhor Jader Barbalho”, afirmou a senadora.
A queda da validade da lei para 2010 foi só o primeiro golpe. Ministros do STF e especialistas avaliam que é grande o risco de a Ficha Limpa ser desconstruída item por item em novo julgamento no Supremo. Além disso, a corte do TSE que sustentou a legislação para as eleições do ano passado não será a mesma no ano que vem Ler mais>>>

Aberração sob o teto do Senhor


Por Leila Cordeiro*
Um velho ditado afirma que “de técnico de futebol, médico e louco , todo mundo tem um pouco”.  Mas eu vou além disso, todo mundo também palpita quando o assunto é religião e cada um a encara de um jeito diferente, de acordo com a fé que pratica ou não.
Sinceramente, e isso é uma opinião minha, acho que ultimamente as pessoas andam afastada das religiões e isso não é difícil de entender. Afinal, são tantas e tão graves denúncias contra padres, pastores e outros religiosos que não há fé que resista a tanta decepção.
As notícias estão aí, quase todos o dias. São religiosos acusados de abusar de crianças, pedófilos ultrajantes, sujos e vis, comungando junto com inocentes fiéis que apenas queriam um porta-voz de Deus para orientá-los sobre o melhor caminho a seguir. Ler Mais>>>

23 de fev. de 2012

Jornalismo de esgoto é isso! Dez regras para abordar movimentos sociais

Dez regras da grande imprensa ao abordar movimentos sociais
Por Osvaldo da Costa, na Adital

Convenções básicas (quem não cumprir está sujeito à demissão):

1ª) Toda ocupação de terra deve ser chamada de invasão
Ao invés de usar o termo adotado pelos movimentos sociais, "ocupação" – manifestação de pressão para o cumprimento da Constituição pelo Estado e denúncia da existência de latifúndios –, é mais eficiente para o objetivo de defesa do princípio da propriedade privada a utilização da palavra "invasão" – tomar para si pela força algo que não lhe pertence.

Dessa maneira, implicitamente, estamos dizendo que discordamos dessa prática e a consideramos ilegal, e conseguimos gerar a sensação de pânico generalizado em todos os donos de propriedade, sejam elas rurais e produtivas, ou até mesmo propriedades urbanas.

Observação: essa regra não é generalizável. Para os casos em que os Estados Unidos invadem países, destroem a infra-estrutura e matam a população, deve-se utilizar o termo "ocupação". Ler Mais>>>

Regulação da mídia: dez fatos que a "grande" imprensa esconde da sociedade

As entidades que reúnem as grandes empresas de comunicação no Brasil usam e abusam da palavra "censura" para demonizar o debate sobre a regulação da mídia. No entanto, são os seus veículos que praticam diariamente a censura escondendo da população as práticas de regulação adotadas há anos em países apontados como modelos de democracia. Conheça dez dessas regras que não são mencionadas pelos veículos da chamada "grande" imprensa brasileira.

- por Marco Aurélio Weissheimer, na Carta Maior


O debate sobre regulação do setor de comunicação social no Brasil, ou regulação da mídia, como preferem alguns, está povoado por fantasmas, gosta de dizer o ex-ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Franklin Martins. O fantasma da censura é o frequentador mais habitual, assombrando os setores da sociedade que defendem a regulamentação do setor, conforme foi estabelecido pela Constituição de 1988.

Regulamentar para quê? – indagam os que enxergam na proposta uma tentativa disfarçada de censura. A mera pergunta já é reveladora da natureza do problema. Como assim, para quê? Por que a comunicação deveria ser um território livre de regras e normas, como acontece com as demais atividades humanas? Por que a palavra “regulação” causa tanta reação entre os empresários brasileiros do setor?

O que pouca gente sabe, em boa parte por responsabilidade dos próprios meios de comunicação que não costumam divulgar esse tema, é que a existência de regras e normas no setor da comunicação é uma prática comum naqueles países apontados por esses empresários como modelos de democracia a serem seguidos.

O seminário internacional Comunicações Eletrônicas e Convergências de Mídias, realizado em Brasília, em novembro de 2010, reuniu representantes das agências reguladoras desses países que relataram diversos casos que, no Brasil, seriam certamente objeto de uma veemente nota da Associação Nacional de Jornais (ANJ) e da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT) denunciando a tentativa de implantar a censura e o totalitarismo no Brasil.

Ao esconder a existências dessas regras e o modo funcionamento da mídia em outros países, essas entidades empresariais é que estão praticando censura e manifestando a visão autoritária que tem sobre o tema. O acesso à informação de qualidade é um direito. Aqui estão dez regras adotadas em outros países que os barões da mídia brasileira escondem da população: Ler Mais>>>

17 de fev. de 2012

Bobbio, justiça e liberdade


Nascido em Turim, no dia 18 de outubro de 1909, filho de uma família burguesa do norte da Itália, Norberto Bobbio praticamente viveu o século XX por inteiro, vindo a falecer na mesma cidade aos 94 anos, no dia 9 de janeiro de 2004. Ele tornou-se, nos últimos anos, o pensador político italiano mais famoso do mundo e, bem ao contrário de Nicolau Maquiavel, seu conterrâneo que viveu no Renascimento, tornou-se um diligente ativista dos direitos individuais e não um apologista dos poderes do estado. Bobbio, emérito professor de Direito e Política em Turim, um filósofo da democracia, foi um insuperável combatente a favor dos direitos humanos.
No partido da ação

Norberto Bobbio (1909-2004)

"Cultura é equilíbrio intelectual, reflexão crítica, senso de discernimento, aborrecimento frente a qualquer simplificação, a qualquer maniqueísmo, a qualquer parcialidade".
N. Bobbio, em carta a G.Einaudi, julho de 1968
Numa Itália dilacerada desde a queda de Mussolini, ocorrida em 25 de julho de 1943, assistindo as forças alemãs do marechal Kesselring e as anglo-americanas do marechal Alexander a travarem batalhas de vida e morte, é que renasceu o pequeno Partito d´Azione, o partido da ação. No século XIX, no chamado Ressurgimento, época das lutas pela unificação nacional, ele fora o instrumento dos patriotas G.Mazzini e de Garibaldi. Voltara à vida liderado por Guido Calogero e por Aldo Capitini, congregando basicamente um grupo de intelectuais preocupados em recuperar a liberdade italiana. E, entre eles, estava Norberto Bobbio, então um conhecido professor de filosofia política de 34 anos.
Como estavam numa área ainda sob controle fascista, a maioria deles foi presa, sendo que Bobbio, encarcerado na Scali di Verona, só foi libertado três meses depois, em fevereiro de 1944. Era uma agremiação estranha aquela pois se dizia liberal-socialista, uma composição somente possível na Itália.
Pois foi justamente assim, como liberal-socialista que Norberto Bobbio se projetou internacionalmente como um nome ligado à teoria política. Apesar do partido dele ter-se esfumaçado na guerra fria, quando o país se dividiu entre a democracia-cristã e os comunistas, Bobbio, dedicando-se ao jornalismo no periódico turinês “Giustizia e Libertà”, cresceu em fama levando pedradas dos dois lados.
Os três cardeais

Croce e Gramsci

No século XX, a Itália conhecera três cardeais seculares. Famosos homens de letras e pensamento ao redor dos quais se deram os enfrentamentos ideológicos e culturais. Um deles era o filósofo Giovanni Gentile (1875-1944), que seguiu o fascismo até o fim; outro fora o notável crítico e historiador Benedetto Croce (1866-1952), senador vitalício e personagem maior do liberalismo italiano; o derradeiro deles era o pensador marxista Antônio Gramsci (1891-1937), líder do partido comunista, morto na cadeia. Bobbio, ao colocar-se ao lado da Resistência antifascista, rejeitando Gentile, de certo modo tentou realizar a síntese entre os outros dois: Croce e Gramsci.
Quer dizer, aproximar a tradição liberal da defesa dos direitos (de liberdade, de palavra, de imprensa. etc...), aos propósitos sociais dos marxistas (proteção ao trabalho, direitos previdenciários, organização sindical, etc...). Dedicou-se a difícil arte de conciliar a Liberdade com a Igualdade.
Íntimo dos clássico, seus interlocutores foram Hobbes, Locke, Beccaria, Kant, Hegel, Marx, Weber e Kelsen, a quem ele releu criativamente, tentando extrair-lhes denominadores comuns para sua tese de afirmação plena na democracia como o melhor sistema político a ser alcançado. Por igual foi herdeiro da bela tradição do iluminismo italiano, dos juristas Beccaria e Verri que, no século XVIII, dedicaram-se a lutar pelo fim das torturas e dos suplícios aplicados nos suspeitos e nos condenados em geral.
O pedagogo da esquerda



O alvo de Bobbio foi preferencialmente a esquerda italiana (especialmente o então poderoso PCI de Palmiro Togliatti e Enrico Berlinger e, em seguida, os jovens rebeldes de 1968 que formaram as Brigadas Vermelhas), a quem pedagogicamente tratou de doutrinar, convencendo-os de que a democracia era algo definitivo e não um momento tático preparatório para a revolução comunista do futuro. Avançado era defender os direitos humanos – entendido por ele como “a religião dos cidadãos universais - , que ele assegurava irreversíveis e progressivos.
Apesar de entendê-la falha e insatisfatória, eivada de promessas não realizadas, a democracia era o sistema mais progressista que uma sociedade civilizada podia almejar Louvou-lhe a tolerância, o principio da não-violência, a possibilidade de renovar-se e o seu ideal de fraternidade, herdado da Revolução Francesa de 1789. Chegou-se à democracia, insistiu ele, porque o passado histórico revelara-se um “imenso matadouro”, dominado por guerras religiosas e por perseguições políticas de toda ordem (O futuro da democracia, 1984).
Como um cidadão europeu escaldado pela violência ideológica que varrera a sua época, marcada por duas guerras mundiais, ele entendeu-a, a democracia, como um oásis de paz capaz de dar água a todos os que, de boa vontade, nela fossem saciar-se. Ao fim da vida, senador vitalício da república italiana, na trilha dos antigos romanos como Cícero e Sêneca, ele por igual deixou suas impressões gerais registradas, publicando De Senectude quando atingira 87 anos. Um comovente testemunho e lição de um dos grandes sábios do século que deixou o mundo no dia 9 de janeiro de 2004. Ler Mais>>> 
História - Cultura e Pensamento





16 de fev. de 2012

Cynara Menezes: O medo do hétero diante do gay

Por: Cynara Menezes  
Outro dia, numa festa, um grupo de homens comentava numa rodinha que um amigo tinha virado gay. Separou da mulher e virou gay. Assim, como quem descobre de um dia para o outro que prefere uva a maçã. “Eu sempre achei que ele levava jeito”, disse um deles. Não foi o suficiente para acalmar os demais. Reparei na risada um tanto nervosa daqueles machos cinquentões, como se aquele acontecimento tivesse o poder de balançar suas certezas, de lhes plantar uma pulga atrás da orelha: será que eu também…? Não foi a primeira vez que presenciei conversas do gênero. Ao contrário, elas têm se tornado cada vez mais frequentes.
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O Declínio Americano Em Perspectiva

Muito já foi dito sobre o professor Chomsky, e é difícil encontrar um adjetivo original para ilustrar esse seu mais recente artigo, inspirado pelo aniversário de 50 anos da agressão genocida dos Estados Unidos contra o Vietnam. Eu diria que o professor é um antídoto contra a ignorância, um sábio generoso e democrata que descreve-nos, em uma linguagem acessível a todos, um mundo que os donos do poder prefeririam que não entendêssemos, por ser "excessivamente complexo." Aos donos do poder interessa que sejamos ignorantes e, olhando à minha volta, constato com pesar que eles vêm sendo, em grande parte, bem sucedidos. E que, afinal de contas, a preguiça mental é uma enfermidade infinitamente mais grave do que a burrice.

O Declínio Americano Em Perspectiva by Noam Chomsky
"Perdendo" O Mundo

Aniversários significativos são solenemente comemorados - o ataque do Japão à base americana em Pearl Harbor, por exemplo. Outros são ignorados, e eles podem dar-nos lições valiosas sobre o que o futuro provavelmente nos reserva. Agora mesmo, com efeito.

Neste momento, estamos deixando de comemorar o 50º aniversário da decisão do presidente John F. Kennedy em lançar o mais destrutivo e homicida ato de agressão do período pós-II Guerra Mundial: a invasão do Vietnam do Sul, mais tarde de toda a Indochina, deixando milhões de mortos e quatro países devastados, causando vítimas até hoje pelos efeitos de longo prazo, por terem encharcado o Vietnam do Sul com alguns dos mais letais carcinógenos conhecidos, a fim de destruir a cobertura vegetal do solo e colheitas alimentícias.

O alvo primário era o Vietnam do Sul. A agressão mais tarde espalhou-se para o Norte, então para a remota população camponesa do norte do Laos, e finalmente para a zona rural do Camboja, a qual foi bombardeada ao espantoso nível de todas as operações aéreas na região do Pacífico durante a II Guerra Mundial, incluindo as duas bombas atômicas despejadas sobre Hiroshima e Nagasaki. Nisso, as ordens de Henry Kissinger estavam sendo cumpridas - "qualquer coisa que voe sobre qualquer coisa que se mova" - um chamado ao genocídio que é raro no registro histórico. Pouco disso é lembrado. A maior parte mal foi divulgada além de estreitos círculos de ativistas.

Quando a invasão foi lançada há 50 anos, a preocupação era tão pequena que houve poucos esforços em justificá-la, praticamente nada além do apaixonado apelo do presidente de que "nós somos confrontados em todo o mundo por uma monolítica e impiedosa conspiração, que utiliza-se primariamente de meios clandestinos para expandir a sua esfera de influência," e se essa conspiração for bem sucedida no Laos e no Vietnam, "os portões serão escancarados."

Em outra ocasião, ele advertiu que "as sociedades complacentes, auto-indulgentes e pouco duras estão a ponto de ser varridas com os cacos da história e somente os fortes... podem possivelmente sobreviver," nesse caso refletindo sobre o fracasso da agressão e do terror americano em esmagar a independência cubana. Leia a Postagem Completa>>

Dilma uma presidenta obcecada por gestão vai desanimando a tropa política

Depois de um ano de mandato, Dilma Rousseff reforça cobranças dentro e fora do governo por eficiência. Visão gerencial da presidenta faz subir cotação dos ministros Aloizio Mercadante (Educação) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil). E leva setores da máquina pública identificados com lulismo a sentirem-se cada vez mais desconfortáveis com o que consideram despolitização.

Brasília – A presidenta Dilma Rousseff passou dois dias no Nordeste vistoriando a transposição do rio São Francisco e a ferrovia Transnordestina, obras federais bilionárias. Durante o giro, aproveitou uma entrevista para avisar empreiteiros que tocam obras públicas. Daqui em diante, todas terão monitoramento sistemático e online pelo governo, metas serão cobradas, prazos deverão ser cumpridos. “Nós queremos obra controlada”, disse. Leia a Postagem Completa>>

Olha o Serra de novo aí, gente!

Os tucanos paulistas levaram semanas para perceber ou acreditar que era para valer o namoro entre o ex-presidente Lula e o prefeito paulistano Gilberto Kassab. Agora, esbaforidos, correm atrás do prejuízo, ou seja: do José Serra.
Serra, como é de seu  hábito, já disse cem vezes  que  não é candidato. Isso  em público. Mas  na sua última conversa como o governador Geraldo Alckmin, há dois dias, deixou dúvidas no ar.
Para ele é interessante aparecer como o Salvador da Pátria. Sem exercer nenhum cargo importante no Executivo ou no partido, luta para evitar o ostracismo, procurando ocupar um espaço mínimo na mídia, nos próximos três anos.
É pequena a probabilidade da  candidatura a prefeito, porque ele sabe que sofre de uma grande rejeição por parte  ponderável do eleitorado, cerca de 35%.  Então, uma  derrota para  novatos como  Gabriel Chalita (PMDB) ou Fernando Haddad (PT), seria o fim de sua carreira.
Na verdade, Serra, já traçou seu projeto, que é maior que um simples Plano B: vai ficar infernizando a vida  do Alckmin e do Aécio Neves até o início de 2014. Então, se resolver ser candidato à presidência mais uma vez, desliga-se do PSDB e filia-se ao PPS de seu fiel escudeiro Roberto Freire. Ler Mais>>>

"Ficha Limpa livra política dos vigaristas", diz Pedro Taques

No dia em que o Supremo Tribunal Federal (STF) retomou o julgamento da lei da Ficha Limpa, o senador Pedro Taques (PDT-MT) voltou a destacar a importância da proposta de iniciativa popular para a democracia brasileira. "Essa lei vai livrar a política dos vigaristas", afirmou o parlamentar, nesta quarta-feira (15.02), em aparte ao senador Paulo Simon (PMDB-RS).
Para o mato-grossense, a (Lei Complementar 135/10) será indispensável para resgatar a dignidade da classe política no país, além de legitimar um dispositivo constitucional que é a iniciativa popular. A lei proíbe a candidatura de políticos condenados por decisões colegiadas ou que renunciaram a mandato eletivo para escapar de cassação.
"A decisão do STF vai passar o Brasil a limpo. Em Mato Grosso, por exemplo, temos deputado estadual com 118 processos e ex-deputado estadual hoje conselheiro do Tribunal de Contas que também responde a dezenas de processos. Isso é razoável?", indagou o parlamentar que defende a aplicabilidade imediata da legislação. Ler Mais>>>

15 de fev. de 2012

Petrobras manterá política de preços, diz Graças Foster

Com o novo comando, a Petrobras manterá a sua política de não repassar a volatilidade do mercado internacional de petróleo para os preços dos combustíveis no Brasil, algo que tem pesado no desempenho da companhia e é criticado pelo mercado.
"Política de preços é de longo prazo, é um mantra", declarou nesta segunda-feira a nova presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, em sua primeira entrevista como comandante da estatal.
Um petróleo Brent mais alto e a manutenção de preços no Brasil foram, entre outros fatores, o que afetou o desempenho da estatal no quarto trimestre de 2011.
"Não podemos passar a volatilidade de preço de Brent e de câmbio para dentro do mercado porque nós precisamos desse mercado saudável, estável, para que a gente possa ter esse mercado ainda maior quando as nossas refinarias chegarem", justificou Graça Foster, como a nova presidente gosta de ser chamada.
Mais cedo, no discurso da cerimônia de posse que contou com a presença da presidente Dilma Rousseff, a executiva já havia indicado que sua gestão seria de "continuidade".
Segundo Graça Foster, o repasse da volatilidade de preços pode afetar o desenvolvimento do crescente mercado de combustíveis no Brasil, que tem avançado acima do ritmo do Produto Interno Bruto (PIB).
"Esse mercado grande precisa ser sustentável, ele não pode ser o voo da galinha, é preciso que a economia continue sustentável, o crescimento econômico sustentável, que o consumidor continue comprando gasolina, continue tendo grande consumo de diesel, porque nós estamos com quatro novas refinarias para acontecer...", disse ela. Ler Mais>>>

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